Nos idos do final século XVIII a
Europa estava falida o capitalismo era global, era total, na Itália surgiu o
anarquismo, grupos de operários se organizando em sindicatos, os patrões
revidaram, grupos clandestinos eram aliciados para eliminar todos os líderes
anarquistas começando a matança e assassinando quase todos. Na Alemanha, a
situação não era muito diferente, assolada pela pobreza a população só tinha
para comer batata e repolho. Os espanhóis que anteriormente saquearam ouro e
outros bens das Américas Central e do Sul estavam com o restante desses saques
esgotados. Na Inglaterra, a situação não era muito diferente, mesmo bancando a
monarquia gastadora e improdutiva, importavam quase tudo que consumiam, nesta
situação começaram a imigrar para os Estados Unidos e outros países inclusive o
Brasil. De Portugal não preciso falar, como todo mundo já sabe, eles já estavam
aqui.
O Brasil sob o domínio dos
portugueses, já passada a fase das capitanias hereditárias, começou a se
organizar politicamente sob a regência dos Orleans e Bragança, com a força do
trabalho escravo trazido da África. Por um grande espaço de tempo as caravelas
aportaram nos portos do Rio de Janeiro e Santos em São Paulo, transformando os
estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais quase que em uma fazenda só.
Com a abolição da escravatura em
1888, a falta de mão de obra barata e a crise na Europa, começaram a chegar ao
porto de Santos os vapores com milhares de famílias italianas, que em seguida
subiam de trem para São Paulo, para trabalhar nas fazendas de café produzindo
quantidades excessivas sem nenhum controle de mercado, enriquecendo meia dúzia
e empobrecendo milhares em consequência da falência. A partir dessa fase
começaram a descobrir o estado de Minas Gerais, os ingleses e alemães começaram
a explorar o ouro, que era muito, em seguida o minério de ferro e o manganês. Daí
pra frente desenvolveram as minas trazendo o progresso para a região, surgindo
grandes extensões de estradas de ferro para escoar o minério, mais precisamente
para a Alemanha, começando assim a produzir os dois produtos de mais utilidades
na época, a famosa enxada e o arado. As Minas Gerais por afinidade com os
alemães começaram a importar os dois produtos muito mais a enxada, pois para a
situação montanhosa do terreno onde os cafezais eram plantados, somente a
enxada era a solução. Região muito grande e de muitas fazendas, por
consequência com muitos empregados que
tinham na enxada o seu ganha pão, alguns deles com tanto apreço pelo seu
instrumento de trabalho, tinham mais ciúmes da enxada que da própria mulher,
pois sem a enxada eles não teriam dinheiro para manter a mulher.
Minas Gerais era o estado mais
rico da federação, pela variedade do clima, um pé de café dura até 30 anos. Com
o ferro e outros da mesma gama, na área das gemas como diamantes e outras,
sendo a cidade de Theofilo Hotone famosa no comércio das mesmas.
Voltando a falar da situação do
comércio no principio do século XIX, mais precisamente em 1929, o balado ano do
crash das bolsas americanas e falência do capitalismo afetando muitos países
inclusive o Brasil. A era petróleo estava no inicio, ainda não tinha a
importância na área do comercio e da tecnologia, continuando assim a
importância da enxada em quase tudo.
Diz o velho ditado que a fé
remove montanhas, pois a enxada removeu muitas montanhas no Rio de Janeiro, São
Paulo, Minas e outros estados. No Norte e Nordeste também ela andou por lá, mas
como a terra é seca poeirenta não deu muito certo, mesmo assim com pouco uso
ela anda por lá, mas como Deus é brasileiro deu ao Norte e Nordeste lindas praias e fartura de peixe.
Voltando para os tempos atuais,
considerando que a enxada não esta na moda, entretanto representa um exemplo de
trabalho, honestidade e dignidade, no trabalho dos mais pobres e no
enriquecimento dos mais ricos.
Falando dos mais ricos, um
candidato à presidência da Republica, que nunca trabalhou na vida, da
oligarquia do batibute, só conheceu a enxada por fotografia. Outro candidato à
presidência da Republica, que nunca trabalhou na vida, egresso das lideranças
sindicais, se tocar numa enxada ficará cheio de urticárias.
Representando o instrumento em
foco, trabalho honestidade e dignidade, sugiro que se fabrique um broche ou um
bótom, e que todos os senadores usem na lapela do paletó, os da câmara alta e
dos da câmara baixa, mais cama do que câmara que também obrigados a usar.
Um cidadão brasileiro que me faz
sentir orgulho de ser brasileiro, professor Niemayer, tem certeza que se
sentirá honrado em receber um broche da referida enxada, notadamente por toda
sua incansável vida de trabalho e honradez.
Tenho Dito...